Os estudos de comunicação sintetizam de forma exemplar a complexidade desta era: desde a necessidade de entender as estratégias de comunicação entre sujeitos e entre instituições, até as tentativas de identificar o exercício de poder das mídias e o fascínio das novas tecnologias. Os textos aqui apresentados nos dizem que não há respostas simples quando se trata de comunicação social, institucional ou pessoal, sendo necessário percorrer outros campos científicos, para buscá-las. Nessas interfaces e interdependências vêm sendo constituídos os novos estudos da comunicação que permitem o encontro de pesquisadores e produções científicas de diferentes áreas do conhecimento nos Encontros da COMPÓS, em debates constituídos em cada um de seus Grupos de Trabalho há onze anos. Esta é a função primeira dos trabalhos aqui apresentados: abrir a discussão em outras instâncias, com todos os públicos que possam ser tocados pelo debate em torno da Comunicação. Temas como a violência contemporânea aparecem nas perspectivas psicanalítica, cultural ou na abordagem da "produção de sentido nas mídias", por exemplo. A sociedade, o pensamento, as relações – presenciais e virtuais – e o comportamento mediado pelas mídias, pela tecnologia, podem ser encontrados a partir da angulação privilegiada do "campo do inconsciente", dos estudos sobre as "novas sociabilidades", assim como da "sociedade tecnológica", da chamada "sociedade informacional", ou nos textos sobre jornalismo onde se discute o "social como valor-notícia". Os estudos sobre a recepção e a cultura também contribuem para a discussão sobre a "heterogeneidade dos processos comunicacionais". As configurações das instituições, sujeitos e movimentos da política são temas expostos a partir de enfoques quanto a sua espetacularização, sua estetização, sua interface com a cibercultura, ou na recuperação histórica do jornalismo. Novas denominações e reinterpretações de conceitos, dos vários campos de conhecimento, associados a liberdades lingüísticas vêm sendo utilizadas e parecem apontar para a complexidade do campo da comunicação, assim como "devorações", a "infoestética", "artesanato digital", "desrealização e perlaboração", "colonização técnica", dentre outros. De qualquer perspectiva, a diversidade e a singularidade das abordagens, propostas pela maioria dos textos, permitem discussões de toda a ordem, mantendo a discussão essencial, e o caráter epistemológico. 
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